Uma iniciativa promovida por hotéis e restaurantes da região de Kanagawa no Japão baixou ao fundo do mar na costa leste da ilha cerca de 400 garrafas de vinho para a experiência de envelhecimento submarino.
O projeto faz parte da tentativa de revitalização da costa leste japonesa fortemente atingida pelo tsunami de 2011 e que deixou rastros de destruição e prejuízo até hoje. “Formamos o conselho para revitalizar a comunidade local em declínio e pensamos no que poderíamos fazer. Foi assim que chegamos à ideia de vinho com envelhecimento submarino”, explica Hiroshi Deguchi, capitão de um barco de pesca e membro do conselho de promoção e revitalização de turismo da região de Koajiro.
A água nessa parte do Japão é bem calma e o local onde foi afundado o vinho tem cerca de dez metros de profundidade com o fundo oceânico arenoso, características que permitem que a maré flua entre as garrafas. A temperatura da água fica entre 12° e 14° Celsius em qualquer época do ano e os raios solares e a radiação ultravioleta, fatores que podem atrapalhar o bom envelhecimento do vinho, não chegam ao fundo do oceano, fazendo com que as condições sejam perfeitas para o envelhecimento submarino.
Como garantir que a água do mar não entre na garrafa?
As garrafas passam por um tratamento especial antes de serem içadas para o fundo oceânico. Como a rolha possui micro poros é possível que a alta pressão faça com que a água do mar entre na garrafa e estrague o vinho. A solução encontrada foi utilizar cera de abelha para revestir a boca da garrafa, acabando com qualquer chance de aguar os vinhos.
As garrafas ficarão submersas por seis meses e, os consumidores japoneses dizem que buscam o vinho submarino por ele ter um sabor mais suave que um igual que não passou pela técnica.
Até as garrafas cheias de crustáceos estão fazendo fama no Japão e são cada vez mais buscadas entre os consumidores de vinho que visitam a região.
Por Revista Adega