Durante muito tempo, a Malbec foi plantada na França, mas, depois da praga da filoxera, ela passou a ser vista como uma casta frágil em relação as demais. E em 1956, logo após uma geada histórica atingir todo o país, os produtores viram uma boa oportunidade para substitui-la.
Em Cahors, no entanto, a Malbec ainda hoje é amplamente usada na produção dos vinhos, que segundo as leis de produção locais devem ter, no mínimo, 70% da casta.
Porém, jogada para escanteio na França, a Malbec rodou o Novo Mundo, especialmente os países do cone sul da América, e encontrou condições ideais de crescimento na Argentina, onde hoje é o carro chefe dos vinhos e foi uma das principais responsáveis por alavancar a indústria no país.
Ela chegou à Argentina em 1868, através do agrônomo francês Michel Pouget, que foi contratado para iniciar um programa de melhoria nos vinhedos de Mendoza. Ele levou consigo, além da Malbec, algumas outras castas francesas, que não se adaptaram bem ao terroir mendocino e logo foram descartadas.
Embora a casta não seja tão produtiva como outras castas plantadas no mesmo local, a Malbec, com o passar das décadas e a consequente evolução do gosto do consumidor, saltou aos olhos de diversos experts internacionais até, enfim, cair nas graças dos argentinos.
Na terra do Maradona, ela ganhou características distintas da uva plantada em Cahors e se tornou uma casta com maior “mobilidade”, produzindo desde vinhos mais simples até os de boa complexidade.
Hoje, cerca de 75% dos Malbecs produzidos no mundo vêm da Argentina e a uva se tornou o símbolo máximo da enologia dos nossos hermanos.
Por Revista Adega